O marca-passo cardíaco é um pequeno aparelho que corrige as batidas do coração. Feito de material próprio para ser acomodado dentro do corpo, o marca-passo (pacemaker em inglês) funciona a bateria e é chamado tecnicamente de Dispositivo Cardíaco Eletrônico Implantável (DCEI).
Existem três tipos: o marca-passo simples, para as bradicardias; o marca-passo com ressincronizador, para a dissincronia cardíaca; e o marca-passo com desfibrilador, para quem tem risco de morte súbita.
Geralmente alojados no tórax – em alguns casos, no abdome – e conectados ao coração, esses aparelhos têm a função principal de acertar os batimentos quando há algum descompasso. Além disso, monitoram continuamente o desempenho cardíaco. Medem, por exemplo, quantas arritmias a pessoa teve; ou, ainda, quantas vezes foi necessário interferir nas batidas. Essas informações ficam armazenadas dentro dos marca-passos e, a cada consulta médica de acompanhamento, são enviadas para fora do corpo, a computadores específicos chamados de “programadores”. Assim, os dispositivos cardíacos implantáveis tratam arritmias e também auxiliam os cardiologistas a avaliar, com precisão, o coração de seus pacientes.
Duas partes principais compõem o marca-passo: o gerador de pulsos e os cabos-eletrodos. Ambos são feitos de materiais muito bem tolerados pelo organismo, como titânio, silicone, uretana, epóxi e platina.
O gerador de pulsos é o “corpo” do marca-passo; é o aparelho sem os fios. Dentro dele ficam: uma bateria de longa duração; um pequeno computador que comanda o dispositivo; e uma antena que envia informações para o computador programador do médico ou profissional especializado.
Já os cabos-eletrodos são os fios elétricos – maleáveis e revestidos de material isolante – que ligam o marca-passo ao coração. Por meio desses cabos, o gerador de pulsos (ou seja, o “corpo” do marca-passo) capta os estímulos elétricos naturais do coração e, quando necessário, envia ao órgão estímulos elétricos artificiais que o fazem bater da maneira adequada.
Descubra as diferenças entre o marca-passo simples, o marca-passo com ressincronizador e o marca-passo com desfibrilador.
Utilizado desde 1958, o marca-passo simples (ou convencional) é o dispositivo cardíaco eletrônico implantável mais antigo e menos complexo de todos. Tem a única função de corrigir a frequência cardíaca, ou seja, acertar o ritmo do coração. Por isso, é indicado para tratar exclusivamente as bradicardias. É leve (pesa cerca de 22 gramas), pequeno (mede aproximadamente 5 x 4,5 x 0,7 centímetros) e sua bateria chega a durar mais de dez anos. Quando implantado com apenas um cabo-eletrodo, é denominado “marca-passo unicameral”. Mas, se precisar de dois cabos-eletrodos para funcionar, recebe o nome de “marca-passo bicameral” ou “marca-passo atrioventricular”.
Também chamado de “marca-passo átrio-biventricular”, ou simplesmente de “ressincronizador”, o marca-passo com ressincronizador atende a quem tem dissincronia cardíaca. É pequeno e leve como o marca-passo convencional. Porém, além de tratar bradicardias – ou seja, de acertar o ritmo dos batimentos –, esse aparelho contrai e relaxa diferentes partes do coração, de modo coordenado, com a ajuda de três cabos-eletrodos. Ao reorganizar os tempos de contração dos átrios e ventrículos, o marca-passo com ressincronizador consegue melhorar o enchimento e aumentar a força de bombeamento do coração. É verdade que a cirurgia para implante do marca-passo com ressincronizador é um pouco mais complexa do que a realizada para colocação dos demais dispositivos cardíacos, mas isso não impede o sucesso do tratamento, que vem sendo usado rotineiramente desde 1996.
Pessoas que têm grande risco de sofrer arritmias fatais – como uma fibrilação ventricular – devem considerar o implante de um marca-passo com desfibrilador, o “cardioversor-desfibrilador implantável”. Muitas vezes chamado somente pela sigla “CDI”, esse aparelho, usado desde 1985, monitora continuamente o ritmo do coração e tem a capacidade de reverter uma parada cardíaca. Para restabelecer os batimentos – processo conhecido como desfibrilação – o marca-passo com desfibrilador libera, de uma só vez (à semelhança de um flash fotográfico), uma descarga elétrica forte, de até 40 joules. Esse estoque maior de energia exige uma bateria igualmente maior. Por isso, o gerador de pulsos do marca-passo com desfibrilador chega a medir 6,5 x 5,6 x 1,1 centímetros e a pesar 82 gramas. Também seus cabos-eletrodos são mais grossos e resistentes. Em casos menos drásticos, mas igualmente graves, como no de uma taquicardia ventricular sustentada, o aparelho libera uma sequência rápida de estímulos de baixa energia, indolores, semelhantes aos estímulos de um marca-passo convencional.
Há três tipos de cardioversores-desfibriladores implantáveis (ou marca-passos com desfibrilador): o CDI-VR, que funciona também como um marca-passo convencional unicameral; o CDI-DR, que soma o potencial de desfibrilação ao papel do marca-passo convencional bicameral (ou atrioventricular); e o CDI-multissítio, que, além de desfibrilar, pode ressincronizar, como um marca-passo com ressincronizador (ou átrio-biventricular).
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